Factos Fictícios

Wednesday, May 03, 2006

"Os Nossos Problemas"

Os Nossos Problemas
by MVN

Prólogo

Caros leitores, ao lerem estas primeiras palavras sentirão de perto a dureza da vida de uma faculdade, faculdade esta repleta de factos externos que afectam directamente a atenção e concentração dos nossos amigos estudantes.
Prepare-se, pois este (micro) livro não é para fracos de espírito.

O Primeiro Dia

Foi no primeiro dia que tudo começou, aqui começaram os nossos reais problemas.
Partimos rumo ao desconhecido sem conhecermos ninguém, entrando na selva universitária, com montes de predadores à nossa espera. Os nossos primeiros amigos foram aqueles com quem partilhamos as secas nos autocarros.
Perguntas de rotina eram: “Então estás a gostar?” ou “És de onde?”. Após sermos bombardeados com estas perguntas vem um dia marcante, o dia em que andamos juntos no 3 (Ai, que emoção!)
Sim, pois a partir daqui NADA SERIA IGUAL. Forma-se o nosso grupo de amigos que vai alargando fronteiras até ao dia de hoje.
E começa a aventura….

GEL – Eterno Problema da Imagem

O que seria de nós sem a goma fantástica a que erradamente damos o nome de gel? Deveríamos chamar-lhe o milagre de toda a humanidade. A evolução ao longo de milhares, talvez milhões de anos, atinge o auge com a criação do, conhecido do latim “Gelis”, algo que possibilita um modelar do pêlo com plena liberdade (espetado, lambido, azeiteiro, estúpido, etc.)
O que seria também de nós se tivéssemos de aturar diariamente comentários do género: “Pareces um tono”, “O teu irmão ficou em casa?”, “pareces um Hair” ou “pareces um betone”.
O herói dos chavalos é mesmo o SonGoku, talvez pelos seus cabelos no ar.
O gel permite-nos precisamente isso: libertar o Goku dentro de cada um de nós!

As mulheres do 1ºA

Este é sem dúvida o tema onde teríamos mais para falar, mas infelizmente a nossa editora não deixa ultrapassar o limite de 3 páginas.
Começamos, então, pelas Latinas (eternas bonecas) onde teremos de dividir por quatro categorias: as Espanholas, Italianas, Portuguesas e as das Américas.
As espanholas: todas são protótipos de Esther Canadas. Lábios de “grosso” recorte que nos apetece tocar. O olhar fatal, fino e sensual que nos distrai. O cabelo longo, liso que cai ao longo da sua espinha dorsal que acompanha as formas curvilíneas do seu corpo moreno.
As italianas: mulheres sensuais que com o seu olhar deixam qualquer macho de queixo caído. Apetece-nos provar, por serem o fruto proibido, que é o mais desejado. Ficamos completamente loucos pela sua beleza interior e exterior.
As portuguesas: aqui podemos aplicar bem o slogan – O que é nacional é bom. Ternuras morenas e algo baixas, são o desejo de qualquer português. Devido à sua sensibilidade, só poderemos dizer “Viva Portugal”!
As das Américas: são mulheres de vários géneros, todas diferentes, mas de uma beleza superior (que o diga um dos MVN). Cheias de paixão no coração (que até rima) e fogo interior que com a sua simpatia nos encantam.
Fechamos, assim, a secção das latinas seguindo para as nórdicas que com o seu olhar frio e imperturbável nos escaldam.
As nórdicas: são sem dúvida as deusas do amor e da beleza. Frias por fora, ardentes e escaldantes por dentro, derretem-nos com o seu sorriso contagiante e gritos plenos de loucura. O seu ar de inocente deve ser oposto na situação a que chamamos “cama”. Imaginamos dormir uma noite plena de prazer e emoção com uma nórdica (o nosso nível de testosterona ultrapassa o limite).
Finalmente as africanas: com o seu ritmo escaldante e as suas peles morenas nos despedaçam o coração. Estas são as mais “calientes” de todas. Serão os efeitos da magia negra ou é apenas o seu bronzeado excitante? Exímias em dar cortes (no hard feelings) provocam-nos com os seus olhares sobrenaturais, dignos de um episódio do X-Files.
Este foi sem dúvida o problema (que não é nenhum problema, pelo contrário) que nos deu mais prazer em escrever. Para a realização deste capítulo foram dedicados muitos minutos de atenção às mulheres do 1ºA.

Aulas – um café dentro da escola

Se andamos todos a pagar fortemente, porque não estar "realmente" nas aulas? Talvez seja melhor dizer fisicamente porque "psiquicamente" nunca acontece, o que não significa que andamos no mundo da Lua (mas orbitamos por aí algures...)
Durante a aula desenvolvemos o nosso espírito criativo (aliás, estamos a fazer isso mesmo agora) ou escrevemos banalidades, cenas estúpidas que nos fazem rir (e que chamam a atenção das fêmeas), desenhos, letras de músicas, poemas. Como vêem somos cidadãos cultos.
Porquê continuar a ir para o café para inventar todas estas cenas, se podemos fazer isto nas aulas.
O problema é os elogios e a baba começa a cair sem darmos por isso.

A Baba - liquido que nos denuncia

“Queres um balde?” – às vezes chegamos a ouvir este tipo de comentários da parte das fêmeas que merecem menos atenção da nossa parte. Talvez sintam ciúmes… não sei… também tamos a cagar de alto para isso.
Cagamo-nos todos é quando “elas” se baixam para apanhar dinheiro….
Ai, Ai!! – qualquer dia fazemos uma piscina com o nosso liquido babal. E como é que um surfista consegue ser o centro das atenções?! A baba transforma-se em fúria e sobe até ao cérebro que está alienado da vivência comum pelo rasgo de testosterona que, com grande rapidez nos invade o sangue e as células. E a baba flui...

Bilhetes que não temos coragem para entregar

Sim, esse é um dos momentos de maior frustração na vida de um universitário. Estamos mesmo decididos a entregar o bilhete que leva uma mensagem ou pergunta vital, mas no momento da verdade algo ou alguém nos impede e nos desmotiva, como que atirando-nos para a valeta…
Realmente é frustrante não conseguir entregar bilhetes com perguntas do género: “Então, namoras?”. Talvez até seja bom não os conseguir entregar pois podemos ficar um pouco mal, ou levar um pequeno corte.

A Bôla e sua higiene

Um dos locais de maior “culturismo” do edifício onde era previsto estudarmos, é o conhecido Bar da D. Lurdes. As especialidades da casa (ou seja, o que não vem embalado) são conhecidas por todos os docentes e muito apreciadas por alguns. Mas uma pequena percentagem da população escolar, chegou à conclusão que a higiene desses produtos é questionável. Já alguém assistiu ao seu fabrico? Então como poderemos saber se esses produtos são 100% seguros? E os restos putrefactos de insectos que aparecem esporadicamente na bola e no bolo de chocolate serão usados na confecção ou aparecem por acaso? Será sabotagem do Ex-Dux contra a D. Lurdes (é conhecida a rivalidade entre ambos)? Deixo-vos uma questão pertinente: porque pegam nos bolos com as mãos o Sr. Sá e a D. Lurdes?

As doutoras

“Raça” universitária com várias espécies diferentes. As armadas em inteligentes, as simpáticas, as boas e as feias.
A primeira espécie é algo que nem devia estar presente nesta página. São uns bichos ignorantes que devem ter trauma de infância e sempre sonharam serem Generais. Os caloiros a elas cagam-lhes na cara.
As simpáticas proliferam na universidade. São fêmeas decentes que desde o primeiro dia são orientadoras dos caloiros mais desorientados. Os MVN são a sua frustração pois nem o Papa os conseguia encaminhar.
As boas são a perdição de qualquer caloiro mais sonhador. São o objecto de estudo das nossas mentes perversas e a partir do momento em que as vemos as hormonas explodem.
As feias são seres que aspiram a, pelo menos uma noite, conquistar um caloiro. Mas enganam-se, somos caloiros mas não somos burros! Por muito que nos tentem embebedar não conseguirão atingir o objectivo: COMER UM DOS MVN!

O pagamento

Pagar ou não pagar, eis a questão! Vivemos num mundo em que até para nos cultivarmos e para dar utilidade à massa cinzenta temos que pagar. Temos?! – temos não, os nossos pais têm de pagar. Enquanto eles se esfolam a trabalhar, os parasitas dos seus filhos andam a cagar para as aulas, metendo-se nos cafés.
Mas o problema não é os pais pagarem e os filhos faltarem. O problema é que os filhos não têm condições para faltar. Será que as 400 mocas não chegam para desratizar o Bar? Será que não dão para termos um prof. de Pensamento Filosófico decente?
Fodido vai ser no final do ano, virarmo-nos para os nossos velhotes e dizer: Paguei e não passei!

Cafés

A princípio o Oceanus, depois o concha D’ouro e por vezes o Bar da D. Lurdes. Nestes cafés para não fugir à regra tomamos uma meia de leite acompanhada de uma torrada (nunca no Bar da ESJ). Com sorte saímos sem pagar no Oceanus ou vemos cenas de pugilato no Concha. Quanto ao Bar da ESJ, uma fatia de bolo de chocolate (pois ostenta fama de ser o mais limpinho!), enquanto nos deliciamos a ver a Jennifer Lopez na MTV.
Mas continuamos sem perceber porque pagamos 400 mocas para ir para os cafés.
Isto vai levar uma grande volta, e terá que acabar.
PALAVRA DE MENTIROSO!

As Notas

Vai ser bonito vai, quando se virem as notas finais (ups, parece que não passei!).
Será pela falta de estudo ou atenção ou será devido ao descontrolo total? Achamos que é sobretudo devido a textos como este ou a pensamentos perversos que iremos reprovar. Por acaso até acreditamos em milagres, mas duvido que haja santo que nos salve. Não estudamos, nem sequer sabemos quando são as frequências. Mas não pensem que tirar más notas não tem um objectivo, pois tem e é o de ser o Dux da faculdade.
Nós nem queremos imaginar as nossas chegadas a casa, coitados de nós…

Namorados ricos e ciumentos

Sem dúvida nenhuma que um dos problemas da faculdade são os namorados ricos ou ciumentos. Começamos a conhecê-las e ter uma relação de maior amizade, mas isto logo cai por terra quando vemos a sua aliança ou a banheira do namorado.
Coitados de nós, sem carta e pior ainda sem automóvel, pois nem dinheiro temos para comprar um FIAT 127 usado. Porque é que elas têm namorados assim? (Dia D) Como conseguiremos fazer com que os deixem? Às vezes estamos no centro das atenções o dia todo, mas chegado o fim das aulas, toca a ligar para os namorados para as virem buscar.
Talvez um dia seremos conhecidos e tenhamos na garagem um ou dois CLK. Talvez um dia tenhamos um avião particular ganho com a venda deste livro (sonhos!)
Ai, as anilhas e os Mercedes!!!

As gajas que afinal são lésbicas

Foi no outro dia quando os MVN estavam sentados num banco de jardim deliciados com as mulheres que se juntavam num grupo e riam às gargalhadas. As coisas que nos passaram pela cabeça naquele momento… quando sem mais nem menos assistíamos a cenas de lesbianismo, com bastante sensualidade, e ouvimos dizer: “Vamos formar uma associação de Lésbicas!”. Soluçamos e engolimos em seco. A beleza desperdiçada nos braços (e no meio das pernas) de uma outra do mesmo sexo. Ao que nós dissemos recuperando o nosso vigor de machos: “Também podemos ser lésbicas” – uma frase infeliz, talvez, porque não merecesse muita atenção. Mas serão elas realmente lésbicas? Eu acho que elas preferem troncos grossos e reais do que buracos e “chitas”.
Estas mulheres modernas…..

Os esquecidos

Perdoem-nos se não vos incluímos no nosso livro, o que é bastante bom, pois quer dizer que não fazem parte dos nossos problemas e vivem à nossa margem.
Não merecem mais do que isto, pois já é tinta a mais desperdiçada!
Continuem assim…

Mulheres lindas do 1ºA da ESJ

Deixamos aqui o nosso obrigado, a vós musas inspiradoras do nosso trabalho. Aquando da falta de inspiração, um leve olhar chegava para conseguirmos escrever mais uns capítulos.
Sem dúvida que no capitulo “Mulheres”, foram vocês as grandes obreiras de tal perfeição.

Obrigado por serem tão belas
Especial agradecimento dos MVN
Nota: Neste primeiro caítulo d"Os Nossos Problemas" falta um tema intitulado "As gajas do monte" que se perdeu... Como não sei, mas tudo farei para que ele apareça mais tarde.
Quem tiver acesso a ele e puder enviá-lo por mail, um muito obrigado desde já.
Beijinhos e abraços

Monday, November 07, 2005


Vega City - 03:42 a.m.
Ano: 2874 ( 827d.H.)
Capítulo primeiro


Ao longe vislumbram-se os esguios edifícios de Vega. Nota-se o movimento do trânsito aéreo. Apesar de distante a cidade parece muito próxima. Tal impressão deve-se ao seu descomunal tamanho. Tão grande e tão pequena comparada com a imensidão dos pântanos que a rodeiam. Black Jack encontra-se no cais 06 do abandonado aeroporto em tempos utilizado para transporte de mercadorias pesadas de Ossecus para Bloody Fang. À sua volta dançam redemoinhos de lixo e plantas secas. O vento frio penetra o seu corpo e lembra-o da razão por que está aqui. Daqui a pouco pode não ser frio mas sim balas a atravessarem-lhe a espinha. Levanta as golas da sua gabardina cinzenta e ao baixar os braços sente o confortável chumaço da sua Onixon YSK ,sob o seu braço, com capacidade para 34 balas explosivas. Desencosta-se do seu Pegasus quando ao longe ouve o rosnar de um motor potente. Um O.M.I. Heli-473 modelo antigo dirige-se na sua direcção a grande velocidade.
Abranda e fica a pairar no ar quase que por cima do seu avião. Depois pousa suavemente como um helicóptero. À muito tempo que Jack não via um destes fora de Ossecus. O reino de Ossecus é conhecido pela rápida desactualização das seus inventos.
De dentro do OMI-Heli saem duas figuras extremamente largas envergando ambas roupagens completamente negras, providas de uma capa, que mais se assemelham a uniformes. Uma delas questiona:
- Jack Oso Drac. , presumo?
Jack ergueu a cabeça que olhava o chão num sinal de desprezo, respondendo:
- Sim, sou eu.
- Sabe com certeza o motivo da sua chamada aqui?
- Não, não faço a menor ideia - respondeu esboçando um sorriso cínico - para ser mais concreto nem sei para que é que me dei ao trabalha de cá vir. O último serviço ainda nem sequer foi pago. A outra figura que tinha até agora permanecido silenciosa manifestou-se com desagrado.
- Pensávamos que tinha sido informado do objectivo da missão. Por certo o contacto não compreendeu bem as instruções.
- Também não vai ser agora que compreenderá - comentou uma voz do interior da aeronave num tom no mínimo fantasmagórico- já passou à história - acrescentou.
Esta outra figura, esquelética e pálida, Jack conhecia muito bem. Era o prof. Britury Ghusjtovsky recentemente ligado a um qualquer projecto da Metro Tec. Jack aproximou-se e tirou as mãos dos bolsos para formalmente saudar Britury. Os dois guarda-costas levaram imediatamente a mão atrás das costas para sacarem das armas quando quer que fosse necessário. Jack estendeu-lhe a mão mas o prof. limitou-se a virar costas para apanhar um mala que estava pousada no chão. Abriu-a e mostrou-a a Black Jack dizendo:
- Simples e rápido. O pagamento atrasado e com juros e o deste novo trabalho. Ao todo 5250 shields ou o equivalente em vales de crédito da Mind Works. Pegar ou largar.
- Sim. E o que é que tenho que transportar? Uma bomba? Um projecto secreto? Um mutante? O que é que um imune, um representante da Metro Tec. não pode carregar?
- A incógnita faz parte do preço. 6000 shields como última oferta.
- Sim? E qual é o destino?
- Citog, Utopolis.
- Ah?! Está à espera que eu entre no espaço aéreo Utopoliano sem autorização e com carga possivelmente ilegal a bordo. Isso seria um suicídio. Sabe muito bem que eles já possuem controlo orbital, nada lhes escapa. Muito menos um transporte clandestino. Nem pensar. O mais certo era abaterem-me antes de aterrar o avião. Além do mais tem como alternativa a Sky Way 14 sem alfândega.
- Bom Jack, nunca imaginei que fosses recusar. É uma pena não poder negociar mais contigo. Ah! Já me esquecia. O pagamento atrasado.
Um pequeno talismã oferecido a Black Jack por alguém já desaparecido avisa-o, sempre e em qualquer situação, do perigo, aquecendo. Desta vez escaldou. Mesmo a tempo Jack atira-se para o chão evitando um rajada de balas U.S. (ultra sónicas). Puxa da pistola e começa a disparar sobre os adversários. Uma das balas acerta em cheio no peito de um dos guarda-costas no momento exacto em que os motores do OMI-Heli começam a arrancar. O outro tem ainda tempo de se agarrar à escada do aeroplano mas Ghusjtovsky fica para trás amaldiçoando o piloto. Volta-se e fixa o seu olhar em Jack quando de repente puxa uma arma automática debaixo da bata branca ferindo Black Jack no ombro e na perna direita. A mancar Jack persegue o prof. pelos pântanos. Mas já perdeu muito sangue e sente-se fraco. Volta por isso ao seu Pegasus. Não esperava outra coisa ao chegar. Estava completamente destruído. Se não fosse ter escondido um flutuador perto do local, Jack possivelmente, morreria ali já que é impensável percorrer o caminho até Vega por lamaçais, muito menos naquele estado. Com grande esforço Jack conseguiu chegar ao mais próximo cais aéreo. Foi rapidamente assistido pela equipa médica local, que tratou de contactar o Hospital de Vega. Alguns minutos mais tarde ouvia-se o assobiar das sirenes da ambulância que se aproximava. Já numa maca, foi logo conduzido para o seu interior. Depois...depois desmaiou. Estava completamente esgotado, e o demasiado sangue que perdera não o favorecia muito.
Ao acordar Jack contemplou o tecto, da enfermaria onde se encontrava, muito enegrecido pela humidade. Era um ambiente pouco apropriado para um hospital. Mas de qualquer modo, em Veja, tudo parecia desapropriado. À sua volta encontravam-se muitos outros feridos que gemiam e tossiam frequentemente. Depois de alguns segundos, recuperou a lucidez. Ainda sentia os membros dormentes mas conseguia sem dificuldade movimentar a cabeça e ter assim uma ideia do que se passava à sua volta. Minutos depois foi confrontado pela visão aliviante do médico de serviço. Este era alto e ostentava uma pose um pouco curvada que denunciava uma frágil constituição. No entanto a sua face irradiava um ar jovial que juntamente com os seus óculos franzinos lhe conferiam uma certa simpatia. Passou os olhos no mostrador de cristais líquidos incorporado na maca. Jack esforçou-se por o questionar sobre o seu estado mas não conseguia combater as tonturas da anestesia artificialmente induzida. O médico reparou na sua tentativa e consolou-o:
- Não vale a pena. Os efeitos da indução anestésica perduram sempre durante alguns minutos - esta afirmação frustrou Jack que odiava sentir-se incapaz - Ora vejamos... três implantes de titânio, dois no ombro e um na perna. Causas? Disparos! Parece que esteve metido em sarilhos. Vai ter que me explicar o que aconteceu para eu poder apresentar um relatório. Todos os casos deste género são agora de registo obrigatório. À que combater a criminalidade na nossa cidade.
- Será talvez um pouco tarde demais, não? – proferiu Jack num tom muito fraco e rouco.
- Vejo que está a recuperar as suas faculdades. Foi rápido! Ora o seu nome...Jack! Aqui está. Jack Oso Drac, mercenário procurado pelas autoridades de Utopolis, acusado de fraude e contrabando – dizia o médico num tom cínico enquanto mexia nos botões do mostrador de cristais líquidos que produziam irritantes “bips” - Anda fugido! De qualquer maneira não colaboramos com as nações vizinhas e visto que não praticou nenhum delito dentro de Bloody Fang, não o posso reter. Mas acerca do seu comentário, não acredito que seja tarde demais. Vamos sempre a tempo de fazer qualquer coisa. E como vê se fosse um criminoso local já o teríamos capturado.
- O que pode o fumo contra o ferro. Se me acha um criminoso, experimente percorrer Vega de flutuador urbano o até mesmo de multergos colectivo, e veja o verdadeiro crime que infesta realmente a vossa cidade e tão má fama lhe atribui.
O médico controlou-se para não abandonar o seu profissionalismo com um qualquer insulto a Black Jack e numa calma aparente terminou a discussão:
- Gostava de poder conversar mais consigo sobre a insegurança urbana, mas a verdade é que o senhor Oso Drac é meu paciente e além de si tenho outros para atender. Portanto diga-me, invente se quiser, qualquer coisa para eu pôr no meu relatório que tenho outros afazeres.
- Fui abordado, nas imediações do Complex, por um grupo numeroso de malfeitores que perante a minha recusa de lhes entregar todos os meus valores, me balearam com intenção homicida.
O médico salvou o registo de voz juntamente com o seu relatório. Jack fitava-o desconfiado, enquanto este acertava os últimos pontos no registo. O seu olhar denunciava mentira e o médico tinha-se apercebido disso. Mas, como era seu costume, evitava complicações e contentava-se com uma boa desculpa para apresentar. No fundo sabia, que a maior parte dos doentes que atendia, mentia nas causas do sinistro.
- Pois bem. Terá que ficar connosco pelo menos mais quarenta e oito horas. As duas operações a que foi sujeito podem ter repercussões. Enquanto o seu organismo não aceitar totalmente os implantes não lhe podemos dar alta.

Nota: a partir deste ponto a história parou. Só o futuro dirá se continua...

Fundação - Jack Oso Drack, apresentação

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Fundação


Jack era só mais um entre o enxame de mercenários que migravam frequentemente das ilhas sulistas para Bloody Fang em busca de fortuna. Talvez não tenha sido justo quando me dirigi a Jack como "só mais um". Black Jack, como o apelidavam, era especial. Um pequeno talismã, em forma de espiral rectangular, conferia-lhe uma sorte incomum. Raramente perdia nos jogos de azar e perigos diversos eram antevistos por um ligeiro aquecimento do colar que usava ao pescoço. Esse colar, o seu talismã, havia-lhe sido oferecido, há muito, como parte do pagamento do transporte de uma figura sinistra e misteriosa que ia supostamente numa missão terrorista contra a Ordem de Utopolis.
Antes de continuar acho que devo fazer uma pequena abordagem sobre a política, nada simples, de Kudos. Kudos é basicamente constituído por quatro principais nações. A maior, a de Bloody Fang – Garra Sangrenta – alberga a maioria da população de Kudos. É uma comunidade gerida pelas grandes organizações clandestinas e criminosas onde impera literalmente a sobrevivência do mais apto. No entanto a LEI – Legião Estatal de Intervenção – desempenha um papel crucial na protecção da população civil. Fang tem a melhor polícia de intervenção de Kudos e o melhor exército depois de Utopolis. Mas apesar de todos os esforços, cada vez mais as cidades e as indústrias são dominadas pelos sindicatos do crime organizado, formando uma vasta rede que abrange mesmo outras nações.
Uma delas Ossecus Kingdom – Reino de Ossecus –, a nação da indústria e do comércio, que devido à sua fraca vigilância, se torna rapidamente num antro criminal e num abrigo dos fugitivos à Lei de Fang. Já pelo contrário, a C.C.C. – Comunidade Citadina Civilizada – resiste às influências da sua vizinha nação de Bloody Fang, mantendo sempre estável o seu ecossistema social. Embora liberais e tolerantes para com o estrangeiro, as autoridades de C.C.C. mantêm controles alfandegários rígidos. A sua legislação para com emigrantes é no mínimo ditatorial. Mas ainda mais restrita é Utopolis – o projecto inicial que iria abrigar todos os kudianos numa gigantesca e utópica cidade. Esta sim uma ditadura militar absoluta onde, embora desfrutando de todas as comodidades possíveis e imaginárias, os seus cidadãos têm de seguir à risca pesados mandamentos, incutidos pelos conselheiros d'O Imperador Dvorák. O seu não cumprimento leva, no mínimo, à secreção da comunidade (ou por expulsão da nação, ou por encarceramento nas prisões na ilha de Zacatral de onde nunca ninguém conseguiu fugir e de onde, certamente nunca alguém conseguirá) e no máximo à pena de morte. Mas o mais importante a referir é o facto de os generais de Utopolis pretenderem conquistar de novo Kudos e assimilar todas as outras nações. Para isso usam métodos promocionais e subliminares que terão oportunidade de conhecer mais tarde. Agora que já sabem um pouco sobre Kudos, podem entender o porquê dos comuns atentados terroristas em Utopolis.

Continuando com Jack, não era só o talismã e os seus atributos que o tornavam especial. De facto existiam poucos pilotos como ele. Conhecia todos os tipos de aeronaves e era capaz de pilotar qualquer uma delas na perfeição. Já recebera uma menção honrosa por lutar ao lado da força aérea de C.C.C. e tinha já antes integrado a tripulação do primeiro trans-fang que atravessou a traiçoeira atmosfera do Mar de Kudos, sendo o seu co-piloto. Era decerteza um dos melhores pilotos de sempre e o melhor de Bloody Fang.
E assim foi ganhando a vida. Torno-se famoso em Bizar Dream, uma cidade parasita de Vega que consegue ser a única, em toda a nação, a registar um nível de criminalidade maior ainda do que o da própria Vega. Foi talvez por isso que Jack se começou a envolver nos negócios mais clandestinos e obscuros. Importar produtos de Ossecus era tarefa lucrativa e relativamente simples. Jack começou a conhecer os contactos e rapidamente se entrosou no negócio começando mesmo a operar por conta própria. Um trabalho bastante vantajoso mas com um inconveniente – a ilegalidade.

Um dia foi-lhe oferecida imunidade judicial, dentro da nação de Fang, em troca de um pequeno serviço. A imunidade judicial vinha muito a calhar para um mercenário como Jack. Funcionava como um livre-trânsito onde fosse válida. Jack cumpriu o seu dever. Recolheu a "encomenda", como chamavam na gíria às coisas a ser transportadas, numa remota ilha a sudoeste da gigantesca península de Kudos. Leva-la ao destino é que era a proeza. O ponto de entrega ficava numa pequena localidade na periferia de Utopolis - Soac - que, embora fosse uma das áreas por acabar, abrigava um provisório acampamento militar que impedia a vandalização que poderia emergir da fronteira com Bloody Fang. Com o seu degradado Pegasus, um pequeno avião comercial que modificara e artilhara à sua maneira, Jack esforçou-se por passar despercebido aos radares e ao controle por satélite que se pensava o exército Utopoliano possuir. Mas não conseguiu. Foi detectado quando acabara de despejar o contentor que transportava, no local preestabelecido. Com a sorte que o vulgarmente acompanhava, conseguiu escapar ileso e só precisou de fazer alguns pequenos reparos na sua nave de estimação. Nunca chegou a saber o que tinha entregue, e durante alguns dias pensou muito no que valeria um passe de imunidade judicial em Fang. Com esta aquisição Jack era praticamente intocável.
Era uma pena que apenas fosse válido dentro da nação de Bloody Fang. Black Jack continuou no ramo e foi amealhando algumas economias. O seu trabalho era agora muito mais fácil de cumprir. Já não usava o seu velho Pegasus mas sim um novinho em folha. Quando juntou economias suficientes, Jack resolveu tirar uma longas férias. Achava-se a arriscar demais da sua farta sorte.
Artilhado até aos dentes Jack aventurou-se de novo na sua terra natal – as ilhas sulistas, o território de ninguém. Fez de um pequeno rochedo o seu esconderijo - afinal o que era um bom mercenário sem o seu próprio abrigo? Em tempos tinha habitado aqui uma pequena população que explorava uma próxima plataforma petrolífera. Depois quando os recursos naturais cessaram e o petróleo se esgotou abandonaram os seus lares e partiram para o continente em busca de prosperidade. Um velho e um jovem moravam ainda na pequena ilhota, numa cabana rudimentar perto da costa sul. Jack contratou-os como ajudantes.
Demorou alguns meses para que Jack se habituasse a viver assim, isolado da civilização, como lhe chamavam. Uma pasmaceira constante fê-lo sentir saudades da confusão e violência de Bizar, a que se tinha acostumado. E de qualquer outro modo não era isto que pretendia. Jack tinha ambição e poder suficiente para fundar uma pequena cidade. Sim, era isso que ele queria. Um dia decidiu voltar a Bizar Dream. Como sempre ia até Vega no seu avião e depois arranjava um qualquer meio de transporte para lá, já que Bizar não dispõe de cais-aéreos. Desta vez comprou um robusto flutuador - uma espécie de mota voadora bastante rápida mas pouco segura e fiável; no entanto era barata.
Pelo meio do caos do trânsito aéreo Jack concentrava-se para não embater nos multergos. Tanto que nem apreciou a assombrosa paisagem que o rodeava. Os edifícios de Vega eram tão altos que navegando entre eles deparava-se-nos a impossibilidade de ver o solo. Apenas se vislumbravam uns ténues brilhos, provavelmente de outros flutuadores ou multergos a altitudes mais baixas. Demorar-lhe-ia um dia inteiro a chegar ao destino e por isso resolveu parar para uma pausa mesmo à saída da cidade. Embora passasse muito tempo em Vega, esta era tão grande que Jack ainda a conhecia muito mal.


Nota: este é um breve resumo da história de Jack Oso Drack. A acção, propriamente dita, tem início no próximo post. Recua-se no tempo para dar início à saga de Jack que, infelizmente, não foi desenvolvida além do próximo post.

Thursday, September 15, 2005

MEDO Comics - Chaotic Plans


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Estávamos em 2047. A instabilidade política global podia a qualquer momento desencadear a terceira guerra mundial. As duas hipotéticas frentes seriam o Ocidente, designado pela sigla D.O.N. - Democratic Ocidental Nations - , e o seu eterno oposto o Oriente, representado pela sigla C.A.S. - Comunity of Asia States. Incompreensivelmente o copo ainda não tinha transbordado. Os governadores conseguiam a todo custo evitar O Conflito. Áreas neutrais como a Oceania e a zona central dos Alpes faziam os possíveis para ficar de fora e para acalmar as nações vizinhas. Mas era em vão. O que poderia atenuar tal confronto à escala planetária?
Finalmente, a última gota pingou. A 15 de Março de 2047 as tropas anfíbias especiais da DON tentaram forçosamente recuperar parte dos territórios perdidos do Oeste da província Australiana. Mas um sistema de defesa bem elaborado e a falta de colaboração da população local levou ao fracasso da missão. A resposta dos Orientais foi o que há muito se esperava. Faltava-lhes apenas um pretexto para invadirem a Sovietnia para lá dos montes Urais. Esta região carecia de defesas e tinha sido até agora poupada para evitar O Conflito. Apenas as ilhas Britânicas e as penínsulas Ibérica e Itálica resistiram. Todo o resto da Europa, incluindo as áreas neutrais dos Alpes, foi conquistado. Da sede da DON vieram ordens imediatas para ripostar. A Europa tinha que ser recuperada. A posse por parte da CAS da maior parte do continente europeu punha em risco toda a indústria pesada residente em África. Se a África caísse nas mãos da CAS a guerra estaria por certo perdida. Foi secretamente transmitido ao governador Escandinavo um pedido de resistência. Este devia aguentar o máximo de tempo possível as tropas Orientais para facilitar um contra-ataque surpresa via mar pela Germánia. Mais uma vez as tropas ocidentais debateram-se com uma bem estruturada defesa. As expectativas dos generais da DON não foram concretizadas e as guerrilhas na Europa continuaram durante meses.
Às 02:59 p.m. do dia 10 Agosto de 2047 o comité de decisão da DON foi reunido de emergência. Os serviços secretos tinham descoberto uma base nuclear totalmente operacional e pronta para atacar as principais cidades norte-americanas. Não havia dúvida. A CAS faria qualquer coisa para vencer, mesmo que implicasse o uso de armamento nuclear altamente nocivo para o planeta.
Então, o já desenvolvido M.A.D. foi finalmente aprovado pelo conselho de guerra. O M.A.D. - Molecule Amplifying Device - consistia num aparelho de reduzidas dimensões capaz de expandir os espaços entre os átomos de uma molécula com tamanha potência que um cubo de chumbo com um centímetro de lado era suficiente para destruir uma cidade inteira só com a sua explosão. Rapidamente foi construído um satélite possuidor de um MAD. Este foi o primeiro satélite bélico a ser posto em orbita. Ignorantes de tal tecnologia os investigadores da CAS preocuparam-se mais com a actividade terrestre e não tanto com a sideral de onde viria o verdadeiro perigo. No nono dia de Dezembro MAD-Sat disparou sobre Tóquio, a capital de CAS, mais precisamente sobre a Arcologia Jardim (Garden Archology). Destruiu com uma só rajada a Water Land 6, os subúrbios de Tóquio e sete mais Arcologias.
Quinze minutos depois o MAD-Sat foi realinhado e apontado para a zona com maior densidade populacional da China. Mais uma vez disparou. O seu terceiro ataque, destinado à Índia, foi finalmente interceptado por um míssil trans-atmosférico e o satélite destruído - vítimas imediatas: 1.530.000.000 mortos. A CAS não permaneceu sem protesto. Disparou os seus mísseis nucleares atingindo as principais cidades norte-americanas - Nova Iorque, Washington, Los Angeles, Chicago e Silicon Valley - vítimas imediatas: 0.358.000.000 mortos.
Sucessivos contra-ataques foram devastando a civilização e a intensa guerra biológica encarregava-se de eliminar os sobreviventes. Ao fim restavam cerca de treze milhões de pessoas. A guerra tinha terminado quando já não havia mais nada por que lutar. O planeta tinha sido fustigado por radioactividade e repleto de vírus assassínios. Os sobreviventes evoluíram para um novo estágio, o "homo futurus". Possuíam uma inacreditável resistência à radioactividade e estavam providos de anticorpos capazes de defender o organismo de todas as doenças conhecidas. Porém não foi isto que definiu a transição para um estágio mais avançado. Estes homens eram extremamente fortes e dotados de capacidades intelectuais que o "homo sapiens sapiens " apenas sonhou possuir. A Telepatia, a Mente Sobre a Matéria e a Transmutação podiam ser agora aprendidas pelos mais capacitados.
Mas enquanto o Homem evoluiu a Terra "regrediu". Cataclismos regulares impediam a construção de residência ou industria debilitando assim o desenvolvimento da tecnologia. Rápido se constatou os efeitos indesejáveis que o M.A.D. tinha provocado. Não só danificara a superfície do planeta mas também o seu interior. O facto de o seu raio destruidor ter sido apontado a Tóquio, situada numa acentuada falha tectónica, estimulou a actividade vulcânica em todo o globo. O mundo como o conhecíamos deixou de existir. Os continentes reformaram-se e os oceanos moldaram-se a uma nova costa o que não acalmou o clima. Muito pelo contrário. A atmosfera era palco constante de furiosas intempéries que no melhor dos casos destruíam tudo à sua passagem. Estudos feitos pelos cientistas apontavam para a existência de uma “Terra Calma” algures onde era anteriormente o meio do oceano Pacífico. A população foi transferida para esse pequeno continente chamado mais tarde de Kudos – orgulho, triunfo, glória.
Efectivamente esta era a única zona do planeta que possuía um clima propício à vida. Todo o resto parecia insuportável mesmo para este tipo de "super-homem". Um clima relativamente ameno foi fundamental para o desenvolvimento social. Fizeram-se planos para a construção de uma sociedade perfeita que iria fazer coabitar toda a população dentro de uma gigantesca pólis. Este projecto foi denominado por Utopolis. Tinha em vista satisfazer todas as necessidades humanas e evitar futuras guerras e conflitos. Dois quintos do espaço disponível foram designados para a construção urbana - residência, cultura, desporto e lazer - , um quinto destinava-se à industria e dois quintos à agricultura e recolha de matérias primas. A imediata necessidade de uma estrutura civil obrigou o projecto a avançar mais rápido do que devia. Erros de engenharia começaram a ser detectados tarde de mais nas construções. A falta de princípios e de conhecimentos fizeram com que complexos inteiros ruíssem pouco tempo depois de completados. O projecto inicial foi abortado e chegou-se à tardia conclusão de que apenas um quarto do território podia ser imediatamente ocupado. Isto significava deixar de fora 75% da população. A revolta implantou-se nos que tinham colaborado conjuntamente numa causa e não beneficiavam dela. Não foi obtida a pacificação mas sim O Conflito. Um novo conflito que se iria prolongar por décadas.
Utopolis era agora uma cidade fechada e extremamente protegida. Sucessivos ataques eram protagonizados pelas forças rebeldes que se tinham organizado independentemente. A este de Kudos impunha-se a Utopolis. No norte, os dois estados fronteiriços: a Nação da Garra Sangrenta - Bloody Fang - e a Comunidade de Cidades Civilizadas - C.C.C. - . Mais a oeste a gigantesca península de Kudos albergava o Reino de Ossecus - Ossecus Kingdom - altamente industrializado. A sul da mesma península preparava-se a construção da Nova Utopolis – New Utopolis – de responsabilidade dos mesmos construtores da Utolpolis, O Imortal Imperador Dvórak.
Mais uma vez atingira-se a instabilidade política. Estariam todos os Kudianos sentenciados a sofrer tanto como os anteriores habitantes do planeta?
Poderia ser O Conflito evitado?
Antes de tudo era preciso evitar outros pequenos conflitos...

CHAOTIC PLANS®


Argumento e Ideia Original:
Hugo Marques

Desenvolvimento cooperativo:
Vasco Cardoso

Agradecimentos especiais:
Todos os que colaboraram na criação desta história e que serviram com o seu comportamento singular de inspiração para os autores: 7º,8º e 9ºB, Bat, 2MNB, etc.

Tuesday, September 13, 2005

Obrigado

Antes de mais, obrigado pelos comentários.

Posso já adiantar que vou começar por postar as primeiras histórinhas relativas ao 7º ano de escolaridade, da autoria de Hugo Marques, com o meu desenvolvimento cooperativo, como o próprio autor indica.

Quanto à "literatura" da faculdade... ainda não está em formato informático. Por isso há que aguardar. Vou começar por passar e depois publico. Já que por aqui passam, passem também pelo blog do jornal onde trabalho actualmente. O link está nos links! :p

Ah, e tentem deixar sempre comentário. Para o fazer precisam de estar registados no blogger.

Beijos e abraços

Thursday, September 08, 2005

Factos Fictícios – magazine de estórias baseadas em histórias

Escrever uma estória é sempre um exercício de imaginação. Mas distorcer factos verídicos, exagerá-los e adaptá-los à ficção é o que sempre preferi fazer. Aliás, é no quotidiano, na vida pura e simples que estão os mais engraçados factos. Pegar nesses e inseri-los num mundo criado pela nossa imaginação é criar a nossa própria versão dos acontecimentos e dar à história a conclusão que, no fundo, sempre quisemos que ela tivesse tido.
Comecei a escrever estas “tangas” quando andava no sétimo ano. No entanto, a ideia original partiu de um amigo meu que, na altura, inseria o pessoal da turma (nós, portanto) num mundo por ele criado onde “nós” éramos os bons e os professores eram os maus. Os inimigos caricaturavam tudo o que os professores eram de facto. Na estória por ele iniciada (e nunca concluída), os amigos eram os heróis. Cada personagem foi criada à imagem do seu original, salientando o que, no fundo, eram as qualidades, manias, “cenas”, de cada um. Inspiradas nas “javardices” que protagonizávamos nas aulas, as histórias começaram a ganhar forma. Inseridos naquele mundo imaginário éramos capazes das mais fantásticas proezas. No entanto, o projecto MEDO Comics foi abandonado (ou “pausado” por tempo indeterminado).
Chegou o décimo ano e o “pessoal” separou-se. As personagens não eram acompanhadas diariamente, mas as proezas verídicas que todos realizamos dentro e fora das salas de aula ficaram para sempre na memória e são recordadas (pelo menos por mim), com saudade e como alguns dos melhores anos da minha vida. Altura em que conheci amigos para a vida.
Quando começou o novo ano lectivo estava sozinho, numa turma que não conhecia. Escrever historinhas começou por ser a maneira que tive de analisar as pessoas que me circundavam. Mas as hormonas impediram-me de levar esse projecto avante. Passei a interessar-me por outro tipo de coisas (como sair à noite e praticar a oratória), deixando de parte a escrita.

Tudo mudou na faculdade. Novamente inserido num ambiente desconhecido, a minha veia literária “tanguista” veio ao de cima. Nesta minha jornada contei com a ajuda preciosa de dois amigos que conheci na ida faculdade. Inspirados pelo livro “Os meus problemas”, de Miguel Esteves Cardoso, compilamos num mini-livro “Os Nossos Problemas”.
Este compêndio (em formato ultra reduzido e ultra-fino, para caber atrás de qualquer cómoda, quadro ou espelho) relatava os problemas que os MVN (os três estarolas autores das famigeradas estórias!) encaravam no ambiente académico.
“Os Nossos Problemas” estava dividido em vários capítulos que analisavam todas as situações por nós vividas, problemas que, de facto, atravessávamos. Com as mulheres como fio condutor, o pequeno exercício de escrita foi desenvolvido durante as aulas (é claro!). Narra acontecimentos factuais recheados por alguma ficção e exagero, a temática que sempre gostei de desenvolver. Escrevemos sobre saídas à noite, sobre festas de faculdade, sobre as mulheres, sobre as outras mulheres, sobre o eterno problema do aspecto exterior, do parecer bem, sobre as nossas tentativas falhadas de “bater coros”, sobre os cortes, sobre tudo e sobre nada.
O livro teve sequela, mais tarde, numa nova tendência da escrita MVNiana. Desta vez os factos continuavam a ser verídicos, mas as estórias ganharam novo dinamismo, transformando-se quase em romances, trágico-comédias, que nos colocavam num novo patamar de interacção dentro da vida de faculdade.
Pelo meio houve ainda vários poemas, atribuições de prémios, códigos e outras brincadeiras que nos iam ocupando o tempo. Também isso tentarei trazer para aqui.

Assim foi a vida na Faculdade. Hoje as estórias e histórias ficaram e nós avançamos. Separamo-nos, trabalhamos e, eu, recordo esses momentos, mais uma vez, com grande saudade.
Aqui pretendo deixar o testemunho de tudo o que foi feito para que todos os que me conhecem, e não só, possam apreciar esta brincadeira literária que levei a cabo, com os meus compinchas, ao longo de anos.
Sujeito a críticas e apreciações, este blog apresenta a vasta (ou não) obra literária dos MVN, com uma breve passagem pelo que fui fazendo antes, até à faculdade.

Um muito obrigado a todos e todas que me inspiraram. Sempre na mente, sempre no coração.